domingo, 12 de dezembro de 2010

Emerson, um grande campeão

A única idéia em que os "amigos" Senna e Piquet sempre concordaram, foi a de que o pioneirismo e o sucesso de Emerson Fittipaldi na F1, abriu as portas para os corredores brasileiros na Europa. Quando conquistou seu primeiro campeonato, em ´72, Emerson tornou-se o mais jovem piloto de todos os tempos a tornar-se Campeão Mundial de F1, com 24 anos de idade. Tal recorde perdurou por mais de 3 décadas, sendo quebrado somente em ´05, pelo espanhol Fernando Alonso, na época com 22 anos. Para ilustrar o sucesso do primeiro título do Emmo, coloquei aqui um filme raro de ´73, na ocasião do GP do Brasil, em Interlagos. Trata-se de um trecho do filme oficial da temporada preparado para a equipe Lotus JPS, contendo comentários de Colin Chapman, dono e gênio projetista da equipe. O vídeo também contém cenas interessantes da da comemoração da vitória, com Chapman atirando seu boné para o alto, e a sempre apaixonada torcida brasileira. E prestem atenção na música de fundo, Emerson, The Champion of the World!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

SENNA vs. PROST - O último duelo


No primeiro post deste blog falamos da primeira batalha de um duelo que iria marcar a F1 para sempre, entre Ayrton Senna e Alain Prost.

O último duelo não foi no GP de Adelaide em 1993, como muitos pensam, mas na prova anual Elf Kart Masters, organizada pelo ex-piloto Philippe Streiff em Paris-Bercy.

Photo Credit: WRI - Jean-François Galeron

Os pilotos foram divididos em 6 equipes, lideradas por Alain Prost, Ayrton Senna, Andrea De Cesaris, Pierluigi Martini, Phillippe Aliott e Johnny Herbert.

Prost carregava o número 1, uma vez que o francês tinha se tornado campeão naquele ano, encerrando a carreira após o GP da Australia. Senna era o número 2, e devido à restrições contratuais não podia usar as cores da sua nova equipe Williams, onde estrearia em 1994, trajando portanto um outfit branco somente com sua marca S - Driven to Perfection, além de outros patrocinadores pessoais.


O vídeo abaixo mostra as imagens eletrizantes da disputa, onde Senna e Prost brigaram como se fosse o último duelo entre eles, o que realmente acabou acontecendo.


domingo, 16 de agosto de 2009

BMW M Power

Enquanto as férias da F1 continuam até a próxima corrida em Valência, foi confirmado que não houve acordo financeiro para a venda da equipe BMW-Sauber para o antigo proprietário, o suiço Peter Sauber. Portanto, a equipe bávara segue sem futuro definido, aguardando uma possível negociação, enquanto seus carros melancolicamente seguem disputando as últimas posições no grid. Uma pena, uma vez que Kubica quem venceu uma prova ano passado, chegando a disputar o topo no campeonato de pilotos.

Mas a primeira incursão da BMW na categoria máxima do automobilismo, no princípio dos anos 80, teve resultados muito diferentes, fornecendo motores turbo para a equipe Brabham.

Em 1981, a equipe inglesa e seu piloto Nelson Piquet tornaram-se campeão mundiais, superando em uma dura disputa, as Williams-Ford conduzidas por Carlos Reutmann e Alan Jones.

Mesmo tendo vencido com o confiável motor Ford-Cosworth V8 aspirado, tinhado ficado claro para as equipes que o futuro estava nos motores Turbo, já utilizados pela pioneira Renault, e por sua arqui-rival Ferrari.


A Brabham iniciou o campeonato de 1982 com Piquet carregando o número 1 destinado ao atual campeão, e com a estréia do italiano Riccardo Patrese no número 2. Mas a grande novidade para a primeira prova estava instalada no chassi BT-50, desenhado pelo projetista Gordon Murray: o novo motor BMW-Turbo de 4 cilindros, com cerca de 600cv.

Mas haviam problemas de peso (além do motor, havia a necessidade de maior quantidade de combustível devido ao maior consumo), e o turbo lag em baixa rotação, que tornava o carro lento nas saídas das curvas. A situação chegou ao ponto de Piquet sequer se classificar para a corrida no circuito de rua em Detroit, levando o campeão a decidir usar o antigo BT-49 com motor Ford nas próximas provas. A parceria parecia perto do fim...
Felizmente, finalmente uma grande evolução de performance e dirigibilidade foi conseguida com o gerenciamento da injeção eletrônica, levando Piquet a vencer o GP do Canadá. Mas era tarde para lutar pelo campeonato, vencido pelo finlandês Keke Rosberg, pai do Nico, e último piloto a ganhar um título usando o velho motor Ford-Cosworth aspirado.
Para o ano seguinte, a evolução do propulsor alemão continuou, como o motor atingindo 740cv na versão para corridas. Nos treinos, usando maior pressão no turbo por poucas voltas, a potência chegava a mais de 800cv. A estréia não poderia ter sido melhor, com Piquet vencendo a primeira prova em Jacarepaguá, para a alegria dos seus compatriotas presentes.

O campeonato de 83 foi disputado corrida a corrida por Piquet e seus rivais Prost e Arnoux, pilotando pela Renault e Ferrari respectivamente. Nessa briga, em que a regulagem da pressão do turbo garantia mais potência, em detrimento do consumo e durabilidade, o gênio projetista Murray desenvolveu uma grande vantagem para o brasileiro, ao conceber um carro leve, projetado para carregar pouco combustível, graças a uma nova estratégia de reabastecimento.



O duelo entre os ficou entre o brasileiro e o francês da Renault até a última prova, com Piquet garantindo o bicampeonato. O motor novato da BMW, de 4 cilindros turbo, baseado em um projeto anterior da F2, derrotou o veterano Renault V6 Turbo, que havia introduzido a tecnologia em 1977.

Nos anos seguintes, o motor BMW chegou a atingir 900cv nas corridas e incríveis 1200cv nos teinos usando pressão máxima no turbo. Era muito comum ver as "linguas de fogo" saindo do escapamento, durante as trocas de marchas. A maior limitação era que toda essa potência estava disponível numa faixa limitada de giros, o motor saltava de 450 para 800cv em apenas 1000 rpm! Posteriormente, ele também passou a ser fornecido para outras equipes como Benetton e Arrows.






Entretanto, novos regulamentos proibindo o reabastecimento e restringindo a quantidade de combustível nos tanques levou à redução da potência e a vantagem passou a ser de novos adversários mais modernos e econômicos como os excelente motores TAG-Porsche e o lendário Honda. Mas essa é outra história...



Entretanto, novos regulamentos proibindo o reabastecimento e restringindo a quantidade de combustível nos tanques levou à redução da potência e a vantagem passou a ser de novos adversários mais modernos e econômicos como os excelente motores TAG-Porsche e o lendário Honda.

Mas essa é outra história...

domingo, 9 de agosto de 2009

AYRTON - LEARNING TO FLY

Ainda faltam mais de dez dias para a próxima prova, e a maior expectative é se Alonso poderá correr "em casa", uma vez que o GP da Europa será realizado em Valência.

Com relação às novas equipes para 2010, foi veiculado que a US F1 poderá ser patrocinada por grandes empresas norte-americanas, como o You Tube e a rede de eletrônicos Best Buy.

Falando nisso, hoje encontrei o que me recordo ser um dos primeiro vídeos tributos sobre Ayrton Senna, na internet . Ele é datado de 2001, quando o You Tube nem existia, desconheço o autor, mas acho que estava num site sennadasilva.com, que nem existe mais. Acho que eu vi esse vídeo na TV Manchete, a qualidade não é das melhores, mas vale pela sequência de imagens e pela bela música do Tom Petty.

Learning to Fly - Aprendendo a Voar

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Schumacher - Como Tudo Começou - Parte II

Nessa semana foi divulgado por sua assessoria de imprensa que Schumacher está correndo de kart, como forma de se preparar para o próximo GP da Espanha, em Valencia. Também existe alguma preocupação sobre dores no pescoço, remanescentes de sua última queda correndo de Moto GP.

Schumacher se preparando para o GP de Valencia, acelerando seu Tonykart
Bom, enquanto tudo isso parece apenas para manter o suspense no ar, vamos regressar para 1991, e ver como o alemão estreou na F1. Como tínhamos falado, Michael vinha apresentando bons resultados correndo de Esporte Protótipos, apoiado oficialmente pela Mercedes-Benz e a equipe Sauber. É isso mesmo, o mesmo Sauber que depois foi trocado pela Mclaren, acabou absorvido pela BMW, e agora com a saída da marca bávara tenta recomprar o controle da equipe.

A F1 chegava ao meio da temporada, com o GP da Bélgica marcando a segunda parte da temporada, em agosto. Senna liderava o campeonato com a Mclaren-Honda V12, mas era seguido de perto pela Williams-Renault V10 de Nigel Mansell e Ricardo Patrese. As forças seguintes eram as Ferrari V12 de Alain Prost e Jean Alesi. Depois vinha a Benetton-Ford V8 HB com a dupla brasileira Nelson Piquet e Roberto Moreno.

A 5a melhor equipe era uma surpresa, a Jordan-Ford V8 era apenas uma estreante, tinha como pilotos o experiente destruidor de carros Andrea De Cesaris e o novato belga Bertrand Gachot. Mesmo com o motor Ford V8 mais fraco (o motor oficial HB era fornecido apenas para a Benetton), o carro seguia confiável e rápido, sempre colocando pelo menos um carro entre os seis melhores colocados.

Antes dessa prova, os pilotos aproveitavam algumas semanas de descanso, e Gachot estava com sua namorada em Londres, quando numa discussão de trânsito com um taxista, o belga usou spray pimenta contra o incauto, e acabou preso por semanas, de modo que iria perder o GP em sua terra natal.

Com um assento vago na equipe, o dono Eddie Jordan foi procurado pelo empresário de Schumacher, Willie Weber. O acordo foi selado para a corrida, com o alemão pagando pelo lugar na equipe.
Eddie Jordan e seu piloto novato
Segundo Ayrton Senna, Spa-Francorchamps sempre foi seu circuito predileto (ele venceu 5 vezes), e suas curvas velocíssimas, incluindo a temível Eau Rouge, separam os pilotos homens e os meninos.

Como aquele estreante alemão, que nunca tinha entrado num F1, iria se sair bem na pista mais exigente do calendário? Bom, pra começar ele deu algumas voltas de bicicletas antes do treino oficial, buscando se familiarizar com as curvas. No treino de sexta-feira, depois de algumas voltas, ele já estava dando dicas para o experiente De Cesaris, que tinha mais de 150 corridas no currículo "se você está sentindo o carro balançar naquela curva, use aceleração total que ele entrará perfeito".

Schumacher conhecendo a pista em seu Jordan-Ford V8

No treino oficial de sábado, o rei de Spa cravou a pole seguido pelos seus mais fortes oponentes:
1° - Ayrton Senna
2° - Alain Prost
3° - Nigel Mansell
4° - Gerhard Berger
5° - Jean Alesi
6° - Nelson Piquet

Schumacher surpreendeu a todos ao conquistar um surpreendente 7° lugar , à frente da Benetton de Moreno, e da outra Jordan do colega De Cesaris.

Na largada, Schummy simplesmente deu um chega pra lá em Piquet, ultrapassou Alesi e fez a primeira curva brigando pela 4° posição com Berger.


Senna e Prost liderando Berger e Mansell, ameaçados por Schumacher fritando pneus, à frente de passou Piquet e Alesi.

Na saída do grampo La Source, feita em 1a marcha, a embreagem quebrou e acabou com a efêmera estréia do alemão. Mas foi o suficiente para ele despertar a atenção de todos os chefes de equipe, de modo que Flavio Briatore simplesmente demitiu Moreno sumariamente, substituindo-o por Schumacher.

Veja no filme os comentários sobre Schumacher na prova, Eddie Jordan admite que o contratou por que "precisava do dinheiro para pagar os motores e pneus, mas sabia que ele era um bom piloto."



Como curiosidade, o final da prova foi dramático, pois De Cesaris ultrapassou Piquet e vinha voando para atacar Senna que tinha sérios problemas no câmbio, e dificilmente manteria a primeira posição.

Quando faltando três voltas para o final, o motor da Jordan literalmente fundiu, acabando com o sonho de De Cesaris, de conquistar sua única vitória na F1.

Imagine apenas se o carro de Schumacher não tivesse quebrado, o que poderia ter ocorrido. Se De Cesaris quase venceu, apesar de ter largado na 11° posição, Schumacher que vinha em 5°, usando o mesmo carro/motor que o italiano poderia ter vencido na sua prova de estreéia!

Ppara completar, a primeira vitória do alemão aconteceu no ano seguinte em...Spa. Em sua carreira ele venceria outras vezes totalizando 6 vitórias no circuito belga, superando as 5 vitórias de Ayrton Senna.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Schumacher - Como tudo começou - Parte I

Nessa semana surgiram as primeiras imagens de Schumacher testando a Ferrari F1-2007, preparando-se para substituir Felipe Massa, pelo menos na próxima etapa, em Valencia.

Nesse teste privado em Mugello, não há maiores informações sobre os tempos, mas todos sabem que Schumacher está realmente levando a sério seu retorno, também se preparando fisicamente, com exercícios para resistência e fortalecimento da musculatura do pescocço, muito exigido nas tremendas forças g aplicadas nessa área, principalmente nas curvas.

A trajetória do maior campeão da história da F1, iniciou-se na categoria máxima do automobilismo de forma surpreendente.

Schumacher era um dos jovens pilotos alemães patrocinados pela Mercedes-Benz, visando competir no Campeonato de Esporte Protótipos - Grupo C de 1990, que era então o principal foco da montadora. Mas no planejamento de médio prazo, a marca germânica buscava preparar os jovens Karl Wendlinger, Heinz Harald Frentzen e Michael Schumacher, visando construir uma super equipe para o seu regresso à F1.

Veja aqui imagens interessantes da Mercedes testando os jovens promissores da F3 alemã, todos na casa dos 21 anos, no carro campeão da categoria, o Sauber-Mercedes 9C. Eles corresponderam às expectativas, vencendo provas em dupla com o piloto oficial, o experiente Jochen Mass.


Curiosamente, o primeiro a conseguir uma oportunidade foi Wendlinger, estreando na March Leyton-House em 1991. Ele era o mais experiente e já havia sido campeão da F3 alemã.

Frentzen estrearia em 1993, exatamente quando a Sauber ingressou na F1, com motor Ilmor, que seria absorvida pela Mercedes posteriormente.

Quanto à Schumacher, além da boa performance com o Sauber-Mercedes em 1990, ele conquistou o campeonato alemão de F3. Quando perguntado sobre os planos para o futuro, veja no filme que ele limita-se a vislumbrar algumas provas na F-3000 (que era o vestibular para a F1), isso se conseguisse arranjar dinheiro.
Só para resumir, basicamente ele diz: "em 1991 não sei se vou correr de F3 ou continuar no Grupo C, depende da Mercedes, gostaria de correr na F-3000, mas ninguem me conhece fora do meu país, eu sou um ninguem, talvez possa correr algumas etapas da F-3000, mas tenho que achar o dinheiro para isso" - e termina com uma cara de "desafortunado".
Mal sabia que seu destino estava para mudar radicalmente...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Schumacher - YOU KNOW MY NAME!

Enquanto Massa se recupera e cada vez mais dá sinais de, Graças a Deus, não ter nenhuma sequela do terrível acidente, a F1 entra de vez na "silly season", onde todos especularam sobre a movimentação de pilotos e equipes. Principalmente sobre a substituição do brasileiro nas próximas provas, a grande surpresa foi a confirmação de Michael Schumacher, que irá retornar da aposentadoria e sentar novamente no cockpit da rossa.

Acho que essa foi um dos mais surpreendentes "retornos" desde 1994, quando Frank Williams contratou Nigel Mansell para correr algumas provas, no lugar que tinha sido de Ayrton Senna, tragicamente morto no acidente em Ímola, naquele maio.

O fato é que Schumacher continua absolutamente em forma e com certeza fará uma grande prova, no circuito de rua em Valencia.



Bom falando no alemão, ele recebeu uma merecida homenagem em sua despedida em 2006, durante o Baile de Gala da FIA, em Monte Carlo. Veja o vídeo abaixo, é sensacional.


FORZA FELIPE, SIAMO CON TE!


segunda-feira, 27 de julho de 2009

FATOS E FOTOS

Depois das últimas declarações nas entrevistas "chutando o balde" para cima da equipe, parece que será o fim da linha para Nelsinho Piquet, pelo menos na equipe Renault.

Seu período na Renault tem sido uma experiência ruim, em que o rebento jamais conseguiu repetir ou espelhar qualquer feito obtido pelo seu pai tricampeão mundial.
Isso é imperdoável para um chefe de equipe como Flavio Briatore. Ele que teve coragem de substituir Piquet (que tinha um alto salário) por Martin Brundle no fim de 1991, afinal já tinha assinado contrato com um estreante chamado Michael Schumacher.

Mesmo que a Renault perca Alonso para a Ferrari, Briatore deixa claro que não faz nenhuma questão de manter Piquet Jr.


Nelson Piquet em sua Brabham BMW BT50, ostentando o número 1 de campeão, em Monaco, 1982.

Piquet celebrando seu 200° GP, em Monza 1991,abraçado por Flavio Briatore, chefe da equipe Benetton. Logo depois o brasileiro ficou sabendo que seria substituído na próxima temporada.

Veja que do lado direito tem um certo alemão franzino, que seria no novo número um da equipe.
Você sabe o nome dele?

sábado, 25 de julho de 2009

GP Hungria - Grandes Momentos - 1986

Esse GP é disputado desde 1986, quando a Hungria tornou-se o primeiro país socialista a receber um evento do circo capitalista. Na época esse era um feito e tanto, lembrando que o fim da União Soviética e o desmantelamento da "cortina de ferro" só viriam ocorrer em 1989.

Por ser um circuito novo, a disputa ficou nivelada, já que nenhum piloto conhecia o circuito e tampouco as equipes tinham informações armazenadas sobre o setup ou as regulagens/ajustes ideais para os carros.

A pole valia muito, uma vez que o traçado travado e de muitas curvas limitava muito as ultrapassagens. Pensando nisso, Ayrton Senna extraiu o máximo da potência do seu Lotus JPS equipado com o motor Renault V6 Turbo, que chegava a atingir 1000cv na versão de classificação. Vale lembrar que naquela época as equipes usavam motores e pneus especiais para a classificação, com o tanque de combustível praticamente vazio.

Completando as primeiras filas do grid, estavam os outros três contendores ao título, com a Williams-Honda de Nelson Piquet, seguido por Alain Prost com sua Mclaren-TAG (motor desenvolvido pela Porsche), e Nigel Mansell na outra Williams-Honda.

Na largada, Senna pulou na ponta, com Mansell saltando para segundo lugar, Piquet em terceiro, Patrick Tambay com a Lola Ford em quarto, e Prost em quinto lugar.

Logo na quarta volta, Piquet e Prost ultrapassam Mansell, enquanto Senna mantém a liderança.

Mas o brasileiro da Williams está determinado e assume a ponta na décima segunda volta, ultrapassando seu compatriota da Lotus, que começa a ser pressionado por Prost.

Piquet pára nos boxes na volta 36, voltando rápido para ir à caça de Senna, que disparou na frente, já que Prost abandonou a prova e Mansell não conseguia acompanhar a Lotus.

Faltando 35 voltas para o final, Senna entra nos boxes para trocar seus pneus, mas consegue voltar 11 segundos à frente de Piquet, uma vez que acelerou muito para garantir uma vantagem segura.

Mas Piquet foi buscar a diferença enquanto Ayrton perdeu rendimento, e dez voltas depois encostou na caixa de câmbio da Lotus negra, pegou o vácuo na grande reta. Senna estava do lado esquerdo, emborrachado e portando de melhor aderência, então Piquet colocou o carro na direita e acelerou, com Senna voltando para o meio da pista, as rodas quase se tocando.

Na aproximação da curva, Piquet foi por dentro, deixou para freiar mais tarde, mas sua Williams escorregou, enquanto Senna "fez o xiz" por dentro da curva e retomou a ponta.

Uma volta depois novamente Piquet se aproxima na mesma grande reta, Senna se posiciona por dentro para bloquear a Williams, mas dessa vez Piquet vai por fora. Quando estão quase lado a lado, Senna se move para o meio e Piquet coloca as rodas na margem da pista e não alivia o pé, ficando na posição de fazer a curva por fora.

O que acontece a seguir é um puro exercício de domínio da máquina, com Piquet por fora da curva, travando as rodas e controlando a Williams como se fôsse um kart, e tomando a liderança.

Ambos cruzaram a linha de chegada cerca de vinte voltas depois, separados por 18 segundos. Os outros? Todos eles passaram com uma ou mais voltas de desvantagem, incluindo Mansell que chegou em terceiro, mas mantendo a liderança do campeonato.

Depois da prova Piquet reclamou das manobras de Senna para defender a posição, mas depois afirmou que "resolveu mostra para ele quem era o melhor". Era o início de uma forte rivalidade que iria transcender a pista e posteriormente chegar à vida pessoal. Mas essa é outra história...

terça-feira, 14 de julho de 2009

FATOS E FOTOS

Nelson Piquet e Riccardo Patrese - Monaco 1985




Piquet em seu último ano na Brabham, ao tentar ultrapassar a Euroracing Alfa Romeo dePatrese na curva Saint-Devote, colide com o italiano terminando a prova para ambos. Após a batida os dois se cumprimentam, sem ressentimentos, uma vez que foram companheiros na Brabham de 82 a 84.


Veja as imagens do acidente, narradas por Michelle Alboreto. O Ferrarista estava caminhando para a vitória, quando teve um pneu furado ao passar pelos destroços da batida, perdendo a liderança. Simplesmente os pontos da vitória fizeram falta na luta pelo campeonato, que Alboreto acabou perdendo, exatamente para o vencedor da corrida, Alain Prost.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

NURBURGRING 84 - O NOVATO ENTRE OS CAMPEÕES

O próximo GP de F1 ocorrerá na Alemanha, no mítico circuito de Nurburgring. Logicamente estamos falando do circuito moderno de F1, com pouco mais de 5Km, que vem sendo palco das disputas da F1, desde 1984.

Sempre que falamos desse circuito alemão, nunca vou esquecer que a inauguração do novo traçado, e sua subsequente volta à F1, foi celebrado num evento da Mercedes-Benz.

A fábrica organizou uma corrida para promover o lançamento do novo modelo 190 E 2.3-16, com o motor preparado de 185cv preparado pela Cosworth. Então, 21 modelos idênticos foram distribuidos aos grandes pilotos da F1 então em atividade, como os campeões Lauda (campeão em 75-77; ele conquistaria o tri no final de 84), Rosberg (campeão em 82) e Prost (vice em 83).

Também foram convidados ex-campeões e estrelas do passado, como Carlos Reutmann (vice em 82), Denny Hulme (campeão em 67), Schecketer (campeão em 79), Alan Jones (venceu em 80), James Hunt (76), Jack Brabham (tri em 59,60,66). Um evento dessa magnitute tinha que contar também com o pentacampeão Juan Manuel Fangio (então com 73 anos, preferiu assistir dos boxes), e seu arqui-rival Stirling Moss.

Mas entre as estrelas havia um novato convidado pelo presidente da AMG - Divisão de carros esportivos da Mercedes, Domingos Piedade. Ele decidiu inscrever o campeão de F3 do ano anterior, que agora iniciava a carreira na F1 na modesta equipe Toleman: Ayrton Senna.

Aquele novato de 24 anos que pessoalment não conhecia nenhum dos participantes chegou ao aeroporto e pegou uma carona com o então líder do campeonato Alain Prost, de modo que passaram muitas horas juntos.

Mas quando chegou a hora de acelerar, o rapaz mostrou suas credenciais ao círculo dos campeões, conquistando o segundo lugar no grid, atrás do pole... ele mesmo, Alain Prost.

No cinzento e chuvoso dia da prova, a luz verde foi o prenúncio do primeiro duelo de uma rivalidade que seria imortalizada nos próximos 10 anos da F1. Logo na primeira volta, Senna forçou pra cima do francês e tomou a liderança. Alguma semelhança sobre o que viria a ocorrer entre os dois posteriormente?

Depois Senna perderia a liderança para Lauda, e perseguiria o austríaco implacavelmente até ultrapassa-lo e vencer essa corrida histórica, com todos os veículos idênticos, e num traçado novo, ou seja, nenhum deles conhecia a pista.


Fatos interessantes:

- três semanas depois, Senna surpreenderia a F1, ao largar em 13º, ultrapassar vários pilotos e conquistar a segunda colocação em Mônaco, sendo que a prova foi interrompida quando ele estava prestes a ultrapassar o líder...Alain Prost. Naquele dia, que falaremos em um post outro dia, o mundo descobriu quem era Senna.

- depois do evento em Nurburgring, John Surtees (campeão em 64) disse para Enzo Ferrari que aquele era o piloto a ser escolhida para a equipe.

- Emerson Fittipaldi (bicampeão em 72-74) e Mario Andretti (campeão em 78) não puderam participar da prova porque estavam treinando para as 500 Milhas de Indianápolis.

- não consegui achar nenhuma menção ao então bicampeão mundial Nelson Piquet. Talvez por ser o campeão reinante (81-83) que corria com motores BMW turbo, arqui-rival da Mercedes?


Resultados - "Mercedes-Benz Cup" -12/05/84

1 - Ayrton Senna - 26m 58s
2 - Niki Lauda - 26m 59s
3 - Carlos Reutmann - 27m 01s
4 - Keke Rosberg - 27m 02s
5 - John Watson - 27m 02s


Felizmente consegui algumas imagens interessantes da internet e do meu arquivo pessoal.

1 - Senna vs. Prost - the real first time you never forget



2 - Senna no Pódio




3 - O prêmio do campeão - um 190 E 2.3-16

Fotos - Arquivo Mercedes-Benz


4 - Imagens da prova